segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cruzando o espaço

Então vive nesse universo sobre o qual não sabemos nada
Até que chega a hora de sua partida
Adentra a cápsula
Caminho longo (sabe o começo dos Thundercats? lembro pouco...)
Dias que parecem meses que parecem décadas em suspensão
E depois de tanto tempo nessa necessária quase hibernação
(Aquilo ali já é um casulo, cara)
Só espera a hora de pousar

De nascer


‎(bebês têm me feito pensar em astronautas)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Ayrton Senna


Não aguento ver nada sobre o Ayrton Senna.

Bem cansativo esses papo de "heroi".

Queria era vê-lo pilotar um fogão das 9h até meia-noite, com uma folga por semana.

Isso sim seria heroico.

Aos cozinheiros do Brasil, o meu abraço.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O chicote vascaíno

"- Agora deixa de frescura, vista essa camisa e venha lutar contra o racismo"


Então o vasco lançará hoje seu novo terceiro uniforme, que tem como mote a luta contra o racismo?

Ok...

O curioso é que o clube, por mais que tenha sido o segundo a contar com negros em seu time de futebol (o Bangu foi o primeiro), tem uma torcida que sempre fez questão de se referir à do Flamengo como urubus (termo que, embora depois tenha sido "abraçado" pelos rubro-negros, originalmente era depreciativo e tinha como alvo a grande parcela negra dos torcedores flamenguistas). Quando feliz, essa mesma torcida vascaína gosta de pedir "silêncio na favela". O fantasma do senhor de engenho, do hitler das senzalas, é muito forte em São Januário.

Mas então o vasco lançará hoje seu novo terceiro uniforme, que tem como mote a luta contra o racismo?

Ok...

No Grajaú, Iaiá



Samba de José Francisco de Freitas e Dan Malio Carneiro, composto em 1930.

Trecho citado por Almirante no programa "No Tempo de Noel Rosa", transmitido pela Rádio Tupi em 1951.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dona Vasca

Flamengo e Dona Vasca eram um casal em pé de guerra. Viviam batendo de frente, até que a mulher, cansada de ser brutalmente agredida, deu fim ao casamento e se afundou num submundo de drogas e humilhação pública. E sumiu do mapa.

Agora, depois de dois dias seguidos em que alguém diz pra Dona Vasca que ela "até que tem uma bundinha", a mulher já acha que pode, que quer e que tem chance de voltar para os braços do amado.

Mas tem nada... Nem lembramos dela. Não pensamos nela.

Que a Dona Vasca arranque nosso poster do seu quarto.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sobre falácia e tradição (um texto elucidativo dedicado aos historicamente ludibriados botafoguenses)

É sempre a mesma história: basta começar a falar de futebol com um botafoguense para que ele se agarre ao bote salva-vidas da dita "tradição". Mas falam baseando-se no "ouvi dizer"...

Então, meus amigos, saquem só um rápido comparativo entre Flamengo e Botafogo no que diz respeito a tradição e glórias nos tempos idos. É rápido.

1. A instituição Flamengo é mais antiga do que o Botafogo.

2. A torcida do Flamengo sempre foi maior. Ok. Isso não é sinônimo de tradição e vitórias, certo? Popularidade não é tradição, certo?

Então vamos à quantidade de títulos estaduais por década:

1900 - Botafogo 1 a 0 (em 1907 - e o Flamengo ainda não participava)
1910 - 2 a 2
1920 - 4 a 0 Mengão
1930 - 5 a 1 Botafogo
1940 - 3 a 1 Mengão
1950 - 3 a 1 Mengão
1960 - 4 a 2 Botafogo
1970 - 5 a 0 Mengão
1980 - 2 a 1 Mengão
1990 - 3 a 2 Mengão
2000 - 6 a 1 Mengão

Com a década de 2010 em aberto (considerando início de década os anos iniciados em zero, né), tá um a zero Botafogo.

Agora, os títulos nacionais, também por década:

1960 - 1 a 0 Botafogo
1970 - 0 a 0
1980 - 3 a 0 Mengão
1990 - 2 a 1 Mengão (1 Brasileiro + 1 Copa do Brasil)
2000 - 2 a 0 Mengão (1 Brasileiro + 1 Copa do Brasil)

Aí eu pergunto, baseando-me em números: onde está a tradição do Botafogo se comparada à do Flamengo?

Nesse embate particular, as décadas de 30 e de 60 foram do Botafogo. Ok. Palmas!

E quanto aos anos 20, 40, 50, 70, 80, 90 e 2000? Não contam?

Acho que, no final, o Botafogo é tido como tradicional só por ser um time em preto e branco. Na verdade, o clube de General Severiano é, no máximo, um time "vintage", envelhecido, amarelando numa gaveta qualquer.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Carne

Você vive em casa. Ao seu lado, seu bicho.

Um dia, coroa, procurando seu óculos no escuro do seu apartamento, tropeça. E cai.

Na queda, bate sua cabeça. Fica ali, desacordado por um dia inteiro.

Seu animal, seu amigo, ao seu lado, chora. Quer que você levante. Late/mia baixinho.

Você ouve, mas não consegue se mexer. Não sente o corpo, a não ser a leve sensação de estar grudado, molhado. Não percebe, mas seu rosto é sangue. Quando percebe, desmaia.

Perdeu muito sangue. Já não sente mais nada. E nem pronunciar um mísero som. Fraco demais.

Seu amigo agora late/mia de fome. Sete dias sem comer.

Desmaia. Acorda. Latidos/miados. Há um pedaço de carne solta na sua testa.

Desmaia. Acorda. Latidos/miados. Há um pedaço de carne solta na sua testa.

Desmaia. Acorda. Não há mais latidos e nem miados.

Percebe que não enxerga como um olho e que o outro está absolutamente imprestável.

Com o pouco que vê, vê o amigo.

E o amigo lambe os beiços.

Desmaia. Não acorda.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Kanye "Bruno" West

CARA

Mal saiu a capa do novo disco do Kanye West, My Beautiful Dark Twisted Fantasy, e ela já foi banida nos EUA. Inacreditável.

Mas, pra mim, MUITO mais bizarro do que isso é notar que o homem na capa, que seria o Kanye, CARA, é, na verdade, o BRUNO DO MENGÃO. Olha a cara. O cabelo. As orelhas.

E a mulher DE ASAS, SEM BRAÇOS E COM A PERNA MUTILADA sobre ele???

Ok, ok... Mas eu bolei.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Bon Jovi




Eu gosto do Lula
Chico Buarque gosta do Lula
Mas eu gosto do Chico Buarque só quando ele fala de política
Sem melodia
Ou seja
Gosto do Chico Buarque rapper
Nem eu
Nem Lula
Nem Chico Buarque rapper gostamos
do Bon Jovi

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Felipe Dylon fielmente transcrito

Acho que sinto uma mistura de pena, raiva e grande vontade de rir.


oglobo.globo.com
Sete quilos mais magro e sem dread-locks, Felipe Dylon se prepara para a estreia de Open bar, no Multishow. Confira vídeos em que Dylon usa sete ou oito palavras e clichês de montão para comentar a nova fase. E insiste: parou em uma clínica psiquiátrica por exagerar na pizza e no surfe.

Disse Dylon

(sobre os dreads)

"A cada momento que você tem a oportunidade de mudar o seu visual e de acrescentar um dreadlock ao cabelo, assim, eu acho que é um momento diferenciado e único porque a cada vez que você bota uma dread no cabelo e tal e a galera vê ali, analisa, observa, vê que você tá com uma coisa legal, um visual novo, diferenciado e tudo, e sabe levar isso para o lado maneiro da coisa, e conseguir, ainda por cima, agradar, assim, a fãs mais velhos, né, que talvez gostem do Bob Marley, ou seja, essa galera, assim, que tem dread também, é muito legal, porque você consegue desempenhar a sua tarefa da melhor maneira possível e, ainda por cima, agradar a uma nova gama de pessoas muito legal e interessante também.

Coloquei dread exatamente pra tentar mudar a minha imagem, exatamente. Eu acho que eu tinha uma imagem de garoto jovem, garoto da praia e tudo, assim, e tal, então com a dread no cabelo eu passei a ter uma imagem - eu não diria que mais madura, porque o dread, realmente, é uma coisa até jovial, eu diria, assim -, mas eu acho que o fato mesmo de você colocar um visual novo, diferente, passa um amadurecimento."

(sobre a... pizza)

"Eu não tenho nenhum problema em falar, por mais que as pessoas que trabalham comigo falem 'pô, não fala sobre isso' e tal, mas foi, pô, o seguinte: eu tava surfando muito, tava pegando muita onda e tal, e aí, poxa, tava precisando realmente de um momento de relax, de um momento só meu, assim, ficar um pouco mais sozinho e tal (...). Poxa, teve um dia que eu passei mal e tudo. E aí a minha mãe, pô, falou pra mim: ' Vamo numa clínica, meu filho. Vai numa clínica pra você, poxa, passar uma semana, pra você se curar, sacou?'.

Mas não foi por causa de... de nada assim, sacou? Foi porque eu tava surfando muito e tava me alimentando pouco. Não era porque eu tava deprimido não. Era porque eu tava com falta de potássio no sangue mesmo. Tava com pouco ferro no sangue e eu precisava me hidratar, sabe, legal mesmo, e tudo, assim, e tomar os remédios, me alimentar bem. Esse negócio de pizza estava me fazendo mal, sabe, pra saúde mesmo, entendeu, então eu precisava de um tempo para, sabe, a saúde voltar a ser o que era, sabe? É uma clínica aqui no Rio, chamada Nip [Núcleo Integrado de Psiquiatria], na Barra da Tijuca."

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Guilherme

Agora há pouco

Me aparece uma notícia sobre um menino de Vitória

Um menino de um ano e pouco

Foi fazer uma cirurgia

Ia tirar duas verrugas próximas à orelha

Mas morreu na operação



Guilherme é o nome dele



Moreno

Como o meu irmão pequeno é

Filho adotado

Estava tendo a sua chance


Sua mãe o filmou correndo na sala de operação

Ali

Todo vivo

Todo alegre

Com a touca, de chupeta, na foto


Acho que vou chorar para sempre

Existem coisas que simplesmente vão contra toda e qualquer lei desse universo

Coisas que, independente de culpados ou razões, não fazem o menor sentido

E que, por isso, machucam assustadoramente


Um beijo em você, moleque

No infinito do qual saiu há pouco e para onde agora volta

Corra feliz e para sempre

segunda-feira, 22 de março de 2010

1.9.3.0.'''s

Aos 30, tenho passado um tempo legal trancafiado musicalmente nos anos 30. Muita coisa absurda: Noël Rosa, Almirante, Mário Reis, Francisco Alves, Aracy de Almeida, Carmen e Aurora Miranda, Sílvio Caldas, Lamartine Babo, Ismael Silva... Um panorama surreal cerca de dez anos depois da pseudocriação do próprio surrealismo.

E se o rádio brasileiro era de ouro maciço, a tela do cinema americano plantava sementes atmosféricas que fariam brotar mágica nas mãos de gente como Billy Wilder dali a poucos anos.

É fato de que o futuro encanta, reserva novidades e nascimentos mais do que sensacionais, mas não há como esconder a vontade de ter nascido em 1910.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Comitê Julgador

Engraçado como tantos gostam de determinar a torto e a direito o que é certo ou nocivo .

A cultura de ausência enraizada nesse nosso Estado - e saboreada tanto pelos pobres quanto pelos cegos de espírito - prefere, claro, ataques aos quilombos a um completo exterminío do abismo social mais do que existente.

Para essas pessoas "do bem", todos os outros são o próprio mal. Afinal, seguramos o talher da forma errada, dançamos indecentemente e comemos pedras de crack com leite no café da manhã.

Julgadores de valores: deixem o mundo real em paz.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Resposta não enviada para um concurso de outra praça

No desabrochar de flores em gestação
Supera dores
Temores
Eternos perdidos amores de uma vida ou de um verão

quinta-feira, 4 de março de 2010

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Quando vi
Pensei:
"Mas eu também tenho algo faltando"
Estava certo disso
Era alguma coisa clara
Até agora tento descobrir o que é
Há algo, mas não lembro ou não sei

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Derrubar

Conforme o tempo passa
Passo a saber o que evitar
Quem não te deixa ser você
Não deve te enxergar

Quando se é um pouco mais jovem
E bastante mais fraco
Te tratam como querem
Por que homem, se podem vê-lo como rato?

A distribuição de "sim" e o querer fazer parte
Atropelam o "mim" e o rumar para o norte
Pra se sentir o zero que queriam que fosse
"Me diga onde ir, pois só temo, só temo..."

Então o tempo passa e encontra seu lugar
Não permite que cheguem a profanar seu altar
Músculo da cabeça, veja, cada vez mais forte
Considerando a si, e, por que não, a sorte

Então o ontem chega, assim, sem nem avisar
Sua porta você abre, mas não o convida a entrar
Entrando ele percebe não ser tão tão bem quisto
Não é oferecido copo, sonho, queijo ou um mixto

Mas

Depois te tanto tempo ele volta a tentar
E você, bom, entende que nada vai mudar
Depois de dizer "faça o que quiser, o que lhe alegrar"
Se recolhe a si

Nunca irão
Novamente
Te derrubar

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Metrolhadora

Essa logo dá saudades...

Quando tinha sete anos e era dia de ir ao centro da cidade com a minha mãe, ficava todo feliz. Andaria de metrô! Tranquilo. Rápido. Gelado.

Como o panorama mudou... Hoje, a temperatura dentro das composições é semelhante a do inferno (talvez seja pela proximidade ali no subsolo...) e a coisa mais normal que ouvimos é que "ficaremos parados mais alguns minutos até que haja a normalização do tráfego".

Hoje, metrô dá frio, mas só na barriga. Velocidade? Conforto? Prefiro ir a pé. Ou nem ir mais.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Haiti

Fisicamente, geologicamente falando, sei quais são as explicações: placas, abalos, falta de infraestrutura...

Mas, para o Deus no qual tenho passado a crer, qual é o motivo? Qual a motivação? O que explica?


Desmascara?


Não é possível que povos inteiros tenham dívidas cármicas...

Em horas como essa, ou você fecha os olhos, agradece, e apenas aceita seu destino, ou cospe para os céus.

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Enquanto um mundo branco, tolo, pensa em queimar gorduras localizadas, há um fim do mundo localizado.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Vida em frente



Doze semanas de vida. Seis centímetros e meio de amor.

Ainda coloquei uma trilha sonora que conta, no final, com as batidas do coração dessa pessoinha que chega chegando.

Ai, ai...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

[Futebolisticamente falando] Quando eu era pequeno...

- achava que São Paulo e Atlético-MG tinham os jogadores mais fortes fisicamente de todo o Brasil.

- e quando esses times se enfrentavam, vinha à minha cabeça a frase "duelo de titãs".

- achava que o futebol da União Soviética era simplesmente sensacional e imbatível.

- achava que, quando meu time fazia 3 gols num jogo, era uma ultraultragoleada.

- achava o sem-pulo uma jogada genial.

- via vários gols de cabeça de fora da área.

- via várias redes furarem após bombas de jogadores que às vezes nem chutavam tão forte.

- achava que o Bahia tinha um dos uniformes mais bonitos da primeira divisão.

- de tão emocionado que ficava ao chegar na arquibancada do Maracanã, achava que, em jogos noturnos, o gramado era refletido no céu.

É... O céu ficava verde. Pelo menos para mim.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Os Discos da Década

Tentei me imaginar ouvindo os álbuns pela primeira vez e o impacto causado caso eu já não tivesse escutado, por exemplo, os lançados em 2001 umas 700 vezes.

Me limitei a colocar um disco por artista.

É um trabalho é tão difícil que chega a ser doloroso. Tentei a todo custo cortar um dos 26 para chegar ao redondo número 25, mas não consegui.

Taí o ranking:

10
Kid Cudi - A Kid Named Cudi

Gostei mais da mixtape do que do álbum. Man On The Moon, o disco, não tem os sonzinhos emendados e várias músicas fodonas, como 50 Ways To Make a Record e The Prayer. Muitas bases que entraram em A Kid Named Cudi (do N.E.R.D., Outkast, Gnarls Barkley...) não devem ter sido liberadas.

Ween - Quebec

A banda mais demente do mundo. Linda. Quebec é cheio de bons momentos, mas em especial The Argus, a penúltima faixa, que entraria fácil numa compilação que eu estaria condenado a escutar para sempre em uma ilha deserta.

9
Omar A. Rodriguez Lopez - Xenophanes

Depois de lançar 14 mil discos solo do qual se safava apenas um, o cara comete o lindo Xenophanes. Repeat várias vezes e surpresa com a voz do Omar, que agora também canta. Aliás, ele canta igual ao Cedric, seu parceiro de Mars Volta. Não sei quem imita quem.

N.E.R.D. - In Search Of

Pharrell é o cara. No disco de estréia do N.E.R.D. há muito mais mexeção funk e soul de cadeiras do que no bem roqueiro, e um pouco menos foda, Fly Or Die. Mas também há momentos pacíficos no som, mas bem atormentados nas letras. O último álbum da banda, Seeing Sounds, também é demais, e cai dentro da porradaria jungle/drum n' bass sem medo nenhum. Gosto pra caralho.

8
Chromeo - Fancy Footwork

Para dançar rindo. Synth Funk fantástico!!! Até traços de Miami Bass podem ser encontrados na urina do disco.

Monster Magnet - 4-Way Diablo

O canhoto está na estrada. Esse álbum e mais o Powertrip formam uma dupla arrebatadora. Peso e canção na medida exata. Refrões inesquecíveis. Cérebro dentro de um jarro, pênis num saco plástico. Drogas. Satan wins.

7
Sebastién Tellier - Sexuality

Sexo e sintetizadores em francês. Que bonito é!

The White Stripes - Elephant

Valor histórico inquestionável. Na época do lançamento eu traçava paralelos entre o álbum e o Nevermind, tanto pela força das músicas quanto pela facilidade que tive para tirar o disco todo no violão. Hoje não escuto. Não consigo mais. Quem sabe em 2013...

6
The Hoosiers - The Trick To Life

Disco mais injustiçado da década. Todas as músicas são redondaças e o vocalista é foda pra cacete. Na moral, ouçam.

The Rapture - Pieces Of People That We Love

Dançante até a medula. Mas, porra, o baixista, logo ele, que canta a melhor do álbum, Whoo! Alright, Yeah... Uh Huh, e que se destaca no uso do instrumento, saiu da banda. Lamentável.

5
Cidadão Instigado - Uhuuu!

Rádio AM na praia.

Dave Navarro - Trust No One

Um disco que, assim como A Tábua de Esmeralda, chama vento. Incrível. Dez faixas negro-cinzentas que se encaixam de maneira impressionante. Uma pena o cara não ter lançado mais nada.

Kanye West - 808s & Heartbreak

Me remete a um clima semelhante ao do To Record Only Water For Ten Days. É a bateria eletrônica, a tal 808, provavelmente. Kanye West canta no disco todo, mas, independente dos autotunes da vida (estúdio é pra isso mesmo, né?), são muitas as faixas fodalhonas. Love Lockdown é, certamente, uma das músicas que eu mais gosto e já escutei nessa vida.

Klaxons - Myths Of The Near Future

Disco feliz e escuro. Na Atlântida e na Interzona ao mesmo tempo. Mas quem me disse que a Atlântida era feliz?

4
Ataxia - Automatic Writing

Hipnose.

Elliott Smith - From a Basement on the Hill

O disco póstumo do mestre tá longe de ser seu melhor trabalho, mas apresenta o suficiente para ser um dos melhores da década. Elliott Smith era um beatle que nasceu fora de época. Melodias como as do cara demorarão a surgir nesse planeta.

Gnarls Barkley - St. Elsewhere

Cee-Lo Green é rapper mas canta pra caralho! Danger Mouse é um dos produtores mais sagazes da paróquia. Batidas absurdas. Sons eletrônicos soando ultraorgânicos para nossa alegria, povo adepto dos agrotóxicos. Não podia dar em merda.

Hurtmold - Hurtmold

Nunca um disco feito no Brasil me falou tanto sem pronunciar uma única palavra. Nuances, refrões grudentos, quebradas. Maurício Takara é o melhor baterista do mundo.

3
Outkast - Stankonia

Vendo o clipe de Bombs Over Baghdad, quase caí da cadeira. É, de fato, a música da década. O disco é uma interminável sequência de sons arrebatadores. O rap que sabe descambar para o jungle e salva o funk. Faz total sentido. Ok... Se alguém se lembrar que Stankonia é de 2000, então coloco o não menos brilhante Speakerboxxx/The Love Below nessa terceira posição.

Stone Temple Pilots - Shangri-La Dee Da

É o Californication do STP. Melodias pop perfeitas, instrospecção, Hollywood. Viva Scott Weiland.

The Mars Volta - De-Loused In The Comatorium

Quando escutei In The Court Of The Crimson King, achei que tinha visto até onde o progresso espacial podia nos levar. Com o De-Loused, do Mars Volta, entendi que as rotas interestrelares são bem mais variadas do que eu podia imaginar. Guitarras que flutuam e rasgam ao mesmo tempo conversam com uma latinidade que foge dos clichês cucarachos. Lindo.

2
Mew - And The Glass Handed Kites

É o melhor disco que o Yes nunca gravou.

Queens Of The Stone Age - Songs For The Deaf

Nick Oliveri faz falta. Era a agressividade e porra louquice que complementava o jeito Homme de fazer música. E, porra, uma banda com mais de um vocalista (ainda tem o Mark Lanegan) é sempre mais legal, né? Vide Beatles! Além da sempre comentada atuação triturante do Dave Grohl, destaque para Dean Ween no violão da sensacional Mosquito Song.

Red Hot Chili Peppers - By The Way

John Frusciante entra na cabine, amordaça o piloto e assume o comando. Harmonias vocais fodalhonas em todas as músicas. A banda se reinventa. I Could Die For You é a canção mais subestimada da história dos caras.

Silverchair - Diorama

Daniel Johns é um Brian Wilson levemente mais saudável.

1
John Frusciante - O Disco da Internet

O álbum é uma caixinha de música com 21 faixas com média de, sei lá, 1 minuto e 30 segundos de duração. Lindo e frágil do início ao fim. Perfeito.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Realidade alternativa em vermelho e branco


Se o Bangu tivesse vencido o Campeonato Brasileiro de 85, teria vendido o Marinho, o Cláudio Adão e o Paulinho Criciúma para a Itália e faturado centos milhões de dólares que fariam o clube criar o que se tornaria o mais moderno CT da América do Sul.

O título e o dinheiro das vendas seriam um incentivo e tanto para que Castor de Andrade transformasse o clube, em pouco tempo, na terceira potência do Rio de Janeiro. Inclusive, a Raspadinha do Bangu, com comercial de TV de grande sucesso estrelado pelo Costinha, seria uma iniciativa pioneira no Brasil.

O clube seria abraçado pelo subúrbio carioca de forma nunca antes vista. Torcedores meia boca de Flamengo, Vasco, Bota e Flu, moradores de Bangu, teriam um novo time de coração. Comerciantes locais não iriam pensar duas vezes antes de investir consideravelmente no clube. Moça Bonita teria sua capacidade ampliada para 60.000 lugares em três anos.

Em 86, Marinho, por mais que já estivesse na Europa, seria "o Bangu na Copa". Telê teria que dar o braço a torcer, tamanho seria o clamor popular em relação ao jogador. As ruas de Bangu seriam palco de centenas de pinturas que celebrariam a comunhão entre Brasil e o clube na competição em terras mexicanas.

Na disputa de pênaltis contra a França, Marinho convenceria Telê e Sócrates de que ele deveria cobrar o tiro direto no lugar do barbudo. E a Seleção avançaria à próxima fase.

Na final, nem preciso dizer quem - cheio de moral - faria o gol do título, certo?

Com o subúrbio carioca tendo um novo e eterno ídolo, muitos na cidade defenderiam que o Engenhão se chamasse Estádio Olímpico Mário José dos Reis Emiliano. Apesar da vitória dos puxa-sacos do Havelange, muitos insistiriam em se referir ao estádio como "Marinhão".

Hoje, o alvirubro, tricampeão brasileiro, estaria lutando contra Flu, Bota e Atlético-PR para não cair para a série B do campeonato nacional. Mas se salvaria. Afinal, tradição é tradição.

Já o Coritiba estaria festejando a volta à primeira divisão do Campeonato Paranaense.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Helicópteros cadentes: simplificando o bagulho

As pessoas entendem o termo "tráfico de drogas" como sinônimo de "banditismo". Só isso. Não analisam as palavras separadamente e o que elas juntas significam...

Se as drogas continuam proibidas, e o ser humano continua seguindo seus instintos e adquirindo vícios, a venda ilegal seguirá para sempre. Simples.

Não discuto helicópteros, caveirões, calibres e nem salário de policial. Discuto a sociedade negando que o homem é viciado por natureza.

Isso de negar que temos o entorpecimento nos gens e combater o fato é algo como a igreja lutar contra os pênis dos padres.

Mas é aquilo: não legalizam as drogas porque tirariam das comunidades o real pacificador delas, que é o puro e simples comércio.

Para os governantes, as drogas são o apito da panela de pressão social: é barulhento, mas necessário. Deixam "eles lá, nós cá". Não enxergam que, na verdade, não existe isso de "nós" ou "eles". Somos, ou éramos para ser, verdadeiramente iguais.

Mas se o apito entope e as drogas são legalizadas, as "firmas" quebram, pois some o produto. Explode panela, fogão e cozinha.

Diversificação comercial talvez signifique roubo a bancos ou sequestros em prédios de luxo. Tudo que nenhum prefeito ou governador quer...

Resumindo: combate ao tráfico de drogas é enxugar gelo. Circo. Palhaçada. Não acabam com a parada porque não podem, porque precisam dela.

Então, garotada, não chorem por helicópteros abatidos. O helicóptero, do alto de sua inutilidade, não choraria por ninguém.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ninguém é maior que ninguém

Sobre o episódio de hoje em Vila Isabel, ok: o policial cumpriu seu papel, a galerinha aplaudiu e tal... Só continuo não entendendo essa de uma vida valer mais do que a outra.

Entendo os argumentos de todo mundo, e até as posições mais radicais, porque há motivos para se posicionar de forma radical, mas, cara, nenhuma vida vale mais do que a outra.

Quem é quem para escolher quem deve viver e quem deve morrer? Se o que chamam de "bandido" é o cara acusado de não valorizar a vida do outro e matar sem piedade, o governo, ao matá-lo, também sem piedade (levar corpo para hospital não é sinal de piedade) não se iguala a ele? Que porra de mundo é esse em que é certo que um morra e errado que outro morra? Existem balas boas e balas más? Armas boas e armas más? Fala sério...

Institucionalização da barbárie. E geral aplaude. Lamentável...

Claro que a gente vai para o campo da teoria, mas os policiais tinham que ser melhor preparados para vencer os meliantes sem ter que dar uma de "corte marcial instantânea", como fazem - e agradam - atualmente.

Ganhar na conversa, tentar entrar na cabeça do cara sem ser com um projétil. Jogar o jogo dele e, quando o cara baixar a guarda, 10 policiais já estarão em cima, imobilizando o maluco.

O jeito atual é fácil. Atira, mata o cara, às vezes mata o refém também... E vida que segue. Cara, é bem possível que tiros de alta precisão possam ser disparados com armas não letais... Mas a cultura da morte já faz parte do nosso dia a dia. A morte de um cara desses é motivo de festa aqui na comunidade. Ninguém pensa que o maluco que, sim, tava na vida errada, fazendo merda, talvez tivesse mãe, pai, filho, e talvez tivesse jeito.

Vê lá o Marcelo Yuka... Tentou ajudar a mulher que estava sendo assaltada e levou tiros que fizeram o cara perder os movimentos das pernas para sempre. Ele poderia estar aí, participando de movimentos pró-pena de morte e tal... Mas não: o cara mostra e explica filmes para presidiários - caras que poderiam ser aqueles que fuzilaram seu carro.

E aí, pessoas pró-bala, pró-morte: o que dizer sobre um cara como o Yuka? É otário? Não, irmandade: é mestre.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Para voar

Prenda a respiração
Dê um salto
Rapidamente, entrelace suas pernas
Desentrelace em seguida
Faça rápidos movimentos com os braços
Como se estivesse nadando
Até se estabilizar

Simples

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Senhor Perfeito

- Olá, Senhor Perfeito. Resolveu, então, voltar?

- Pois é... Mas é algo rápido. Vim para ver como as coisas estão.

- Pois então, Senhor Perfeito, tudo bem, como pode ver. É bem possível que queira checar absolutamente tudo, já que "tudo bem" nunca lhe é suficiente...

- Você bem me conhece, né?

- Sim... De outros carnavais. Se bem que não lembro de ser fã de carnavais.

- Você me conhece. Carnaval não é comigo. Na verdade, Carnaval é meu amigo, mas ele é por demais inconsequente, estúpido mesmo. Cansativo, diria.

- Então, Senhor Perfeito... Andei pensando e, ach... acho que o Sr. exagera em suas críticas... Não poderia levar tudo de um jeito mais tranquilo? Julgue um pouco menos e dance um pouco mais.

- Rapaz, você não sabe de nada. Mudei há tempos. Podem não perceber, mas até já sou mais humano! Não busco mais luz, elevação nenhuma. "Dance um pouco mais..." Para você, tudo é piada, não? Se critico, não percebo. Sou assim. Sou perfeito, você sabe. "O" Perfeito.

- Acho é que seu nome lhe subiu à cabeça. Perfeito é só um nome.

- Você sabe que não. Perfeita é minha essência.

- Mas seus sovacos fedem. Estou sentindo agora.

- Rapaz, você acha que tudo é engraçado?

- Perfeito, estou cansado de gargalhar, mas também não quero sucumbir diante de suas idéias ruins. Prefiro lavar toda a louça que me espera na cozinha do que perder mais um segundo com você.

- Hahahahahahaha!!!!

- Do que ri, seu escroto?

- É que me lembrei de uma coisa que tinha que te contar há tempos: já percebeu como lava bem sua louça?

- Lavo bem? E qual o problema nisso? Ligo o rádio, me curvo, fodo a coluna, lavo e ponto. E pronto.

- Eu diria que lava bem demais... Várias vezes até chegar ao ponto ideal de limpeza, né? Diria, até, que lava louça p-e-r-f-e-i-t-a-m-e-n-t-e.

- Ok, Senhor Perfeito. Entendo o que quer dizer. Ou acho que entendo. Quando me fará uma nova visita?

- Sei lá. Em alguns anos, talvez. Pois, no final de nossas conversas, a gente sempre se entende, não é?

- Sim, sim... Mas esses encontros nunca são simples. Dói um pouco.

- E o que na vida é simples, meu rapaz? Você está indo bem...

- Eu sei, eu sei. Obrigado por me lembrar disso e por não me abandonar.

- Obrigado você, por nunca esquecer de mim, por mais duro que, às vezes, eu pareça ser. Sabe que te amo.

Vidavisão

Deixando o pessoal
Sem deixar ninguém no chão
Viver o feliz coletivo comum
Ônibus bonito fora da contramão

Em cada curva, uma ameaça
Mas ameaça sabe ser ilusão
Esquece a merda e a perfeita desgraça
Encontro a paz nesse nosso colchão

Talvez o homem se desfaça com o tempo
E os olhos do mundo se mexam sempre em vão
Fechando o rosto e cheirando o vento
Como um animal em sua vidavisão

No sangue de cada um há uma história a ser contada
Correntes de orgulho e amor moram no fundo da gente
E tantas pessoas tão bem, tão leves, se encontram
Sorrindo com os infinitos passado, futuro e presente

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Esponja

Às vezes acho que sou o cara que mais "percebe coisas" no mundo.

E isso é a pior coisa que alguém pode achar!!!

De A a Z: pã!!!

Que tal dormir?
Vamos dormir.
Que tal dormir?
Já sei dormir.
Que tal dormir?
Já sei sorrir.
Que tal dormir?
Já vou dormir e imaginar e então sonhar e planejar e então matar o que fará eu nem pensar e caminhar num só sonhar e vou voar e só voar e vou voar e sei voar vamos voar somos o céu!