sábado, 1 de setembro de 2007

Futuresex/Lovesounds

Durante a semana que hoje acaba, ao ver pela primeira vez o vídeo de I Think She Knows, do Timberlake, lembrei de como o último disco do cara é legal. Abaixo, uma resenha que escrevi na época do lançamento da parada (no próximo dia 12 de setembro o disco completa um ano). Como o texto fala não só do álbum, tratando também de conceitos filosóficos-redento-espacias, creio que sua socialização seja uma boa idéia.
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Mais uma vez o tema é “artista originalmente mal orientado que passos adiante se redime sinistramente”. É isso. Justin Timberlake, o cara do N´Sync, em seu primeiro disco já mostrou que era um artista real, capaz de produzir muita coisa interessante, e em diversas direções. É claro que uma produção das boas ajuda, e muito, mas, ora, em que disco a produção não é boa parte do trabalho? Pois em Futuresex/Lovesounds o que se tem é uma série interminável de levadas acachapantes, arranjos soltos e músicas pop perfeitas que se espalham e se transformam. Muito legal mesmo. Se em Sexyback, o primeiro single, Timberlake já se instala em seu cérebro (o yeah dela é um vírus), saiba que o disco cria esse efeito por diversas vezes. Muitos potenciais hits, para variar.
Como exemplo emblemático, Love Stoned começa lembrando Rock Your Body e seu refrão é abissal, com camadas e mais camadas sonoras que criam um ambiente de noite tão dançante quanto perdida. No final ela já começa a se transformar em I Think She Knows, que tem início oficial em uma guitarra que poderia ter aberto By The Way, dos Chili Peppers. Violoncelos reais. Beatbox sem displicência. Bateria quebrada. O cara canta pra cacete e seu som está longe de ser algo vazio ou descartável. Honestamente. A faixa termina sete minutos e vinte e quatro segundos depois de ter início e deixa você feliz por Michael Jackson ter sido bem compreendido.
Outro exemplo: Until The End Of Time parece algo dos anos oitenta, tipo artista de r&b em decadência, naquele clima meio cafônico, mulletesco, de som de motel, mas no refrão você vê que se trata de mais uma música perfeita do cara. Incrível como algo do tipo acontece. É como se o Wando fosse, ao mesmo tempo, o Stevie Wonder. Depois você percebe que ele nunca foi o Wando. Era você quem estava ouvindo rock demais.
Fica claro que Timberlake segue amadurecendo e que as asas vão crescendo. O disco é extremamente coeso, sendo vibrante e escuro na medida certa. E variado. Do funkadeliquismo de Sexy Ladies à delicadeza torta de My Love, do clima dos setenta da bateria e órgão de Damn Girl (com will.i.am do Black Eyed Peas) à melodia e vozes absurdas de Summer Love, tudo é contagiante e legal. Disco que deve ser comprado de olhos fechados.

5 comentários:

Anônimo disse...

p....., será mesmo que vou ter que ouvir Justin Timberlake? Todo lugar falando bem do cara e agora até aqui? A curiosidade já chegou mas quem tá faltando é a coragem.

[]´s

Pierre

Marcio Teixeira de Mello disse...

Vai na fé, Pierre, que é certo!

César Marins disse...

vc traui o movimentu grng mano, vo cnta pá td mundu na ledslay fmz..

Unknown disse...

Timberlake é sinistro, rapaziada!

Oldon disse...

Excelente análise, Marciologia. Sinistro é um bom adjetivo para definir o álbum e o ser artístico que ali está. Fica agora a (baita) expectativa para as novas experiências no 20/20. Torço muito para que dê certo. O mercado da música precisa de um cara assim, pensando e fazendo grande. Abraço!
Oldão