quarta-feira, 22 de julho de 2009

Insônia

Não consigo dormir
Na dor de não dormir
Pavor de não dormir
Querendo só dormir

Não acho a posição
Nem a aniquilação
De todo pensamento
Sobre o hoje
O ontem
E o depois de amanhã

Temo a mente vazia
E toda e qualquer fria
Que ela pode armar pra mim
Embora só com ela assim
Dizem haver a paz

Paz no fechar de olhos
E no pensar em nada
Temendo, ligo o som
E ouço discos
Como discos em uma estrada

Às duas passa um avião
Às três começa a feira
Às quatro quero a concentração
Ou talvez a descontração
Para fugir da beira

Um remédio é pouco
Dois, vi não adiantar
Três eu já nem penso
Pois quero acordar

Medo do pesadelo
Tocar o mundo e perdê-lo
Como os dentes e as vidas
Nessas idas e vindas
A um mundo que agora sempre custo a visitar

Um comentário:

Letícia Molinaro disse...

Bem profundo... curti! Bjos