quarta-feira, 20 de maio de 2009

The Will To Death


Então dizem por aí que John Frusciante, o cara que renasceu das cinzas para fazer a música mais fantástica do universo, estaria novamente perdido na floresta, e há três semanas. Dizem, mas não há nada confirmado. Pode ser uma superlenda que faz com que o universo dos Chili Peppers ganhe movimento em tempo de marasmo total. Mas a possibilidade gera alguma reflexão.

O fato é que Frusciante cheirava pó antes dos 15 anos. Com vinte e poucos, tamanha era sua entrega à heroína, que chegou a morar na rua e comer sopa pra mendigos. Talvez até em função da ausência de dentes. E de dinheiro, já que o cheque dos royalties ficava cada vez mais magro.

Então, chega a sobriedade. E ela fica. Composições unidas gerando quilos de discos perfeitos. Mas sobriedade apenas fica, não é. Todo mundo sabe que um viciado será sempre um viciado. Talvez longe da droga durante muito tempo, ou até o fim da vida. Mas sempre um viciado.

Esta história do sumiço do cara e de uma possível volta aos velhos hábitos pode, talvez, não ser real. A fonte pode ter sido mal informada, e na maior boa vontade tornou pública a notícia. Mas que é bem possível, pode crer que é.

Frusciante, mesmo após limpeza, crescimento e busca da luz, é um cara obviamente auto-destrutivo. É um sujeito deprimido e que aceitaria a morte numa boa. Já disse isso em entrevistas. Talvez até lhe dê as boas-vindas. Seria uma pena, pois o cara poderia criar e criar e criar até 2070. Mas se o desejo, e uma possível fraqueza, indica outro caminho, que seja. E que fique bem.

No final, o que é fraqueza ou força? Que fique feliz, fazendo o que for, estando onde estiver.

Vai que de repente ele agora está decifrando o funcionamento de um sintetizador de 1972, de 200 quilos, pensando em correr 2 km daqui a uma hora.

Mas vai que de repente ele está azul agora, ou cinza, mas andando feliz em uma floresta que ele conhece e ama.

Tudo estaria bem.



Um comentário:

Pierre disse...

Por coincidência, ontem de madrugada ouvi o "The Will To Death", e novamente me peguei emocionado com as mesmas canções que sempre me emocionam neste disco. Salve Frusciante!