sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O Paralelo Perdido

Estava hoje tentando traçar um paralelo entre crescimento e conquista. O primeiro passo foi retirar da idéia de conquista tanto a ultramasculinidade quanto os próprios navegadores - por exemplo - portugueses. Don Juan e Cabral conquistaram, mas não sei se cresceram a partir destas vitórias, a não ser que estejamos falando de crescimento do ego e da lista de fãs.

Talvez conquistar seja um bom sinônimo para alcançar provisoriamente, pois nenhuma conquista é eterna. Nada é fixo, nem o nada, apesar da afirmação de que "nada é fixo". Se a conquista não perdura e o crescimento deriva da conquista, da subida a novos degraus, do alcance ao que antes era tido como inatingível, crescer pode ser considerado um caminho igualmente reversível.

Curioso pensar que a maturidade física, o avanço profissional e o desenvolvimento do espírito podem ser apenas uma pequena parte de uma estrada retrátil. O copo de plástico que vira um disco colorido.

O atleta perde as pernas, o diretor perde seu emprego, o monge se apaixona pela menina.

Crescer e conquistar. Não há paralelo, até mesmo porque crescer envolve a dor que a conquista se recusa a aceitar. Sim, há paralelo, mas não que eu consiga compreender hoje. Ou agora. Não há paralelo, pois a seta do crescimento aponta para cima, e a da conquista, para dentro.

9 comentários:

César Marins disse...

O único paralelo direto da conquista pra mim é com o ego. Crescimento sempre esteve ligado com a porra toda da perda e da fodeção.

Merda...

vitor. disse...

olha.
sim e não.
a seta da conquista aponta pra dentro e ao redor.
se você conquista algo/alguém pra si, há um problema.
porém
se a conquista é para o bem coletivo, que problema há nisso?

a 'conquista coletiva' quando vem de um só individuo, causa um efeito interessante: Todos que se aproveitam da conquista agora foram conquistados pelo individuo.

o segredo então, é Time.
interdependencia. amor e ódio. coletivo. todos se ajudam.

agora. quando isso vai acontecer?
2012.

Marcio Teixeira de Mello disse...

Mas será que a conquista para o coletivo gera real crescimento? Em que momento constata-se que a conquista para um todo é, de fato, para um todo?

Obrigado aos amigos postadores!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Interessantes ponderações.

Por falar em paralelas...não são as paralelas, linhas que convergem para um ponto no infinito? ;)

Quanto ao último parágrafo, peciso refletir mais para saber se concordo que a conquista aponta para dentro e o crescimento, para fora. Creio que estas posiçoes (dentro e fora) alternam-se vez por outra, nunca apontam para uma única direçao o tempo todo. E, além disso, não estão as duas setas, necessariamente na mesma linha. É preciso crescer para dentro e para fora; é preciso conquistar para dentro e para fora...ou não?

O QUE PENSO: Estas duas coisas, conquita e crescimento, pertencem a linhas diferentes, rotativas, que variam de posiçao, intensidade, dimensão, direção. De vez em quando, podem estar tao próximas uma da outra que talvez até pareçam ser a mesma linha.

Bjs ;)

Unknown disse...

E se a conquista apontasse para cima e o crescimento para dentro?
O que precisa.

Anônimo disse...

a seta do crescimento aponta para cima, e a da conquista, para dentro.

profundo hein marcinho!

Pierre disse...

vixe, n entendi p... nenhuma! :-)

[]´s

Pierre

P.S. Parabéns pelo blog, vim aqui visitar e não sabia q tinha tanta coisa já.

Unknown disse...

Não tenho opinião formada sobre esse assunto. Tenho que refletir um pouco mais.

Abraço